O outrora extrovertido e exótico Ka cresceu, amadureceu e agora até pensa numa família

Por MARCELO MOURA | FOTOS MARCO DE BARI



Desde que chegou ao Brasil, em 1997, o Ka era um Peter Pan sobre rodas, divertido e livre de obrigações. Tinha espaço para levar um casal de namorados e dois caronas, desde que fossem guerreiros. No porta-malas, cabiam mochilas. Carro para gente desencanada, que trocava custo-benefício por estilo sem igual e prazer ao dirigir. O acerto de chassi não primava pelo conforto, mas fazia o caminho da casa para a faculdade ficar divertido. Mas eis que, um dia, alguém bate à porta do quarto do Ka. É a Ford. Traz numa das mãos um bolo com velinhas acesas. Na outra, um caderno de classificados. "Feliz aniversário, filhão. Hoje começa uma nova fase da sua vida. Você já é grandinho, tem que ajudar mais nas despesas. Veja o filho da nossa vizinha (abre a janela e aponta para um Celta, do outro lado da rua), falam bem dele até em Detroit. Seus irmãos que moram na Bahia custam mais caro e são mais bem-sucedidos. É a hora de você assumir responsabilidades."

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