Novo Ford Ka: Pequeno grande carro

por Ricardo Caruso

Palio Fire, Gol e Celta que se cuidem. Chegou um concorrente de peso. O novo Ford Ka já está pronto, e AUTO&TÉCNICA fez uma rápida avaliação do modelo equipado com motor 1.0, que surpreendeu de maneira positiva em todos os aspectos. Na nossa próxima edição apresentaremos a avaliação completa do carro.
A Ford precisava de um carro “de entrada” para brigar com os três concorrentes, e para isso se propôs a desenvolver um modelo bonito, com qualidades e com o melhor conteúdo possível. Assim surgiu o novo Ka, que do antigo herdou apenas as portas, pára-brisa e alguns poucos componentes. No desenvolvimento desse novo carro foram usados 123 protótipos, rodados 430.000 km em testes de durabilidade, e 5.145 testes de engenharia, o que gerou certificação para 240.000 km ou 10 anos de uso.
Fora a porta, a carroceria é toda nova. A dianteira recebeu amplos faróis e os pára-choques são pintados na cor da carroceria; as laterais são modernas e bem resolvidas (disponível apenas com carroceria duas portas), têm os contornos dos pára-lamas bem salientes e a coluna “c” ampla, A traseira também é atual, com tampa de abertura ampla (quase até o nível do assoalho) e as lanternas simulam iluminação por leds. A área envidraçada é grande e o resultado final muito feliz. O novo Ka é realmente um carro bonito e desmistifica que “carro barato tem que ser feio”.

INTERIOR
O interior e painel foram todos refeitos e são muito atuais. Permanecem as quatro saídas frontais de ar e conta com novo grupo de instrumentos, onde os mostradores são de fácil visualização; volante de dois raios; porta-luvas (inexistente no Ka anterior), console e nove porta-objetos, entre outros. O porta-malas cresceu para 263 litros.
Comparado com o Celta, tem maior altura, largura, comprimento e entre-eixos; espaço para cabeça (dianteiro e traseiro), pernas (traseiro), ombros (traseiro) e porta-malas; em relação ao Gol tem maior altura, largura externa, espaço para cabeça (frente e traseiro) e para pernas (dianteiro e traseiro). Na comparação com o Palio Fire, tem maior largura, comprimento, entre-eixos, além de mais espaço para cabeça (dianteiro e traseiro), pernas (dianteiro e traseiro) e ombros (traseiro).
Todos os Ka agora contam com um “pacote” de recursos que inclui travas elétricas, controle remoto para abertura e fechamento das portas com botão de “pânico”, abertura do porta-malas por tecla no painel, alarme volumétrico e travamento automático das portas a 15 km/h, tudo isso independente da versão.

MECÂNICA
Na parte mecânica a Ford fez importantes para ter o melhor comportamento dinâmico do segmento, buscando maior precisão do sistema de direção e controle nas curvas. Para isso desenvolveu um sub-frame dianteiro aplicado na plataforma básica do Ka anterior, mudou braços de suspensão, mangas de eixo dianteiras (nova geometria) e fez ajustes nas caixas de direção manual e hidráulica, no eixo traseiro (maior rigidez), molas dianteiras e traseiras, molas auxiliares (batentes) de poliuretano e amortecedores dianteiros e traseiros. Isso aumentou a segurança, conforto e prazer ao dirigir.
Os motores disponíveis são os Zetec Rocam 1.0 e 1.6, ambos flex, de 70/73 cv e 102/110 cv (gasolina/álcool). Acelera de zero a 100 km/h em 16/15,5 segundos no 1.0 e em 12/11,5 segundos no 1.6. A velocidade máxima do 1.0 com álcool é de 160 km/h e do 1.6, também com combustível vegetal, de 178 km/h.

CONCLUSÃO
Foi uma boa estratégia da Ford continuar a usar o nome Ka neste novo carro, já que o pequeno Ford foi um modelo revolucionário e polêmico. Pode-se bate dizer que, em termos de praticidade e transporte urbano, nada se aproximou tanto do Fusca quanto ele. O novo Ka surpreendeu pelo desenho, pelas qualidades dinâmicas (quanta diferença faz o sub frame...), acabamento e soluções. Um bom projeto, que vai dar o que falar. Quase um Fiesta de duas portas, vai colocar em risco até as versões mais baratas desse “irmão” maior.
O carro começará a ser vendido no final de janeiro e seu preço inicial ficará próximo ao dos concorrentes, ou seja, na faixa dos R$ 26 mil. Um osso duro de roer para a concorrência...