Design - Para agradar a maioria

Enio Greco - Estado de Minas

Ford optou por desenho mais comportado na atual geração do compacto Ka, que era visto como carro de nicho, mas modelo perdeu estilo inovador e tornou-se comum

Ford/Divulgação - Marlos Ney Vidal/EM - 3/1/08

Ford Ka foi lançado em 1997 com formas ousadas, mas atual geração não impressiona


A semelhança entre os modelos muitas vezes confunde o consumidor, que já não sabe diferenciá-los. Já os fabricantes, apostam em fórmulas já aprovadas, reduzindo a possibilidade de reprovação. Um exemplo disso foi a reestilização do Ford Ka. Quando foi lançado, em 1997, o compacto chegou ao mercado com uma proposta de estilo ousada, totalmente diferente de tudo o que existia. Recentemente, foi reestilizado e ganhou aspecto mais comportado, seguindo o padrão do Fiesta.

O gerente da área de design da Ford América do Sul, João Marcos de Oliveira Ramos, explica que, quando a primeira geração do Ka foi lançada, a proposta era de um veículo de entrada, basicamente urbano. "Mas, por ter um estilo muito ousado, transformou-se em um carro de nicho", afirma João Marcos. Para resolver o problema e fazer com que o Ka agradasse a um número maior de consumidores, a Ford resolveu adequar o modelo às exigências do mercado, optando por um desenho moderno, mas menos ousado, para não chocar nem causar polêmica.

O resultado foi um carro comum, muito semelhante a outros já vendidos no mercado. Perdeu a ousadia. Mas o gerente de design da Ford garante que o novo desenho, "agora mais digerível", tem agradado, número maior de consumidores. Ele reconhece que o Ka tem algumas semelhanças com o Fiesta, como caixas de rodas e desenho dos faróis, mas acha positivo, pois fica mais fácil de identificá-lo como modelo Ford.

Para João Marcos, os fabricantes sempre imprimiram em seus modelos características marcantes, criando uma identificação. "Só mesmo os coreanos não se preocupam com isso e fazem verdadeiras cópias de modelos de outras marcas", afirma. Ele acrescenta que algumas fábricas trabalham os detalhes para diferenciar seus modelos. "Na década de 1970, por exemplo, os carros tinham o pára-brisa mais verticalizado. A Ford lançou o Corcel II, com o pára-brisa mais inclinado, o que o diferenciava dos demais modelos", lembra.

Mas chama a atenção para alguns carros de nicho, que fogem das tendências modernas e imprimem identidade própria. É o caso do Mini e do Chrysler PT Cruiser, que são releituras de estilo retrô. João Marcos considera que na Europa as mudanças de estilo ocorreu mais rapidamente e acrescenta que o consumidor brasileiro é conservador, por isso as alterações no país são menos ousadas. Ele acredita que a tecnologia vai reger a evolução do design e aposta em faróis e pára-brisas ainda maiores, como tendência para o futuro próximo.

Leia na íntegra: http://noticias.vrum.com.br/veiculos_jornaldotocantins/template_interna_noticias,id_noticias=26476&id_sessoes=4/template_interna_noticias.shtml