[COMPARATIVO] - Ka Tecno 1.6 x Punto T-Jet

1[email=//102cv@5500rpm]02cv@5500rpm[/email]. [email=//14.5Kgfm@4250rpm]14.5Kgfm@4250rpm[/email]. 905kg.

[email=//152cv@5500rpm]152cv@5500rpm[/email]. 21,1Kgfm@4500rpm. 1230kg.

Apesar de origens técnicas bem distintas , dois carros proporcionam uma condução segura, rápida e divertida. O comportamento dinâmico de ambos é agradável, com estabilidade de sobra e ainda conforto para as precárias vias urbanas de nosso país. Um é um compacto popular, o outro um hatch médio.
Falo do Novo Ka 1.6 e do Punto T-Jet, com motorização 1.4 Turbo.


Ambos foram amplamente comentados à época de seus lançamentos; o Ford por revolucionar o segmento de populares com um design totalmente renovado em relação ao modelo anterior e maior espaço interno, o Fiat por ser um veículo de carroceria hatchback, com desenho assinado pelo estúdio italiano Giugiaro, e motorização dotada de turbocompressor, bem semelhante àquela usada nos automóveis da marca na Europa.

BR-381. A conhecida Fernão Dias. Com seu traçado sinuoso, muitas subidas e descidas e pouquíssimas retas em terreno plano, principalmente em território mineiro. Para uns é uma estrada de alto risco, que compromete a segurança da viagem, para outros proporciona uma prazerosa e divertida viagem, com belas paisagens, muitas curvas e pequenas românticas cidades interioranas às margens.

Após cursar parte do curso de Engenharia Automobilística da FEI em São Paulo, este que vos escreve optou por não dar continuidade aos estudos da ciência exata e partir para as humanidades do jornalismo. O esquadro e a calculadora deram lugar ao lápis e papel. A capital paulista deu lugar à planejada Belo Horizonte, capital do estado leiteiro. O céu esfumaçado tornou-se celeste.

Findas as férias a volta a capital é certa. São cerca de 380km,  de residência à residência. A rota escolhida privilegia o bom pavimento e passa por cidades como Varginha, Lavras, Perdões, Oliveira seguindo até BH . Veículo abastecido com gasolina aditivada Ipiranga, pneus com 33 libras, tudo conferido. Os originais Goodyear GPS3 Sport já foram substituídos pelos Bridgestone Potenza GIII dez milímetros mais largos e com percentual de banda de rodagem 5% menor; medida final 185/60-R14. Alguns ajustes finos na parte mecânica foram feitos, a potência estimada é de 110cv na gasolina.

Aproximadamente 15h00 - Conduzindo o compacto brasileiro da marca americana em velocidades próximas a 140 kilômetros horários a viagem corria tranqüila, sem imprevistos, sustos e permitia andar pouco acima do fluxo normal da estrada. No retrovisor um par de faróis baixos juntamente com uma reluzente dupla de faróis de neblina emoldurados por uma feição rubra desponta e aproxima-se com relativa rapidez. Ligo seta, pista da direita e aguardo o suposto bólido me ultrapassar para então continuar ultrapassando caminhões e chegar sem demora ao destino. Ao tornar-se nítido com a aproximação, o contorno do carro permitiu que ele fosse identificado. Era o Fiat Punto Tjet e seus pneus de perfil baixo aro 17.

O coração bateu instintivamente mais rápido. " Finalmente vou ver do que esse italianinho é capaz" - pensei.  Taquicardia , já prevendo a sinfonia dos motores e a série de punta-tacos que viriam.

Os pés calçados com tênis-sapatilhas de couro branco fizeram movimentos nas pedaleiras, a mão direita puxou a alavanca de câmbio da quinta marcha para a terceira, pé direito no final do curso do acelerador, mão esquerda apontando ao Ford a entrada da curva a seguir. O pequeno elevou a velocidade de cento e vinte para aproximados 145 kilômetros por hora, e engrenei a quarta marcha . O Fiat viajava em torno dos cento e sessenta e o condutor, acompanhado de uma morena, parecia ter gostado de ver o pulo daquele pequeno carro preto ao seu lado, que agora já beliscava os cento e setenta por hora.

Ao sair da primeira curva o T-JET parece ter inclinado mais do que deveria, mas continuou na brincadeira sem problemas. A seguir viria uma subida, curta, de aproximadamente 400 metros. O Punto, com ligeira vantagem de relação peso/potência quis despontar. Pude ouvir a rotação do motor do adversário cair, a quinta marcha havia sido engrenada e o Turbo perdeu fôlego. Sua aceleração continuou, embora agora bem menos feroz. Eu aproveitava a aproximação do pico de potência de meu carro e a ótima relação da penúltima marcha para não fazer feio. Mantivemos lado a lado.

Seqüência de três curvas, a primeira à direita, a última também, todas em trecho plano. O motor Rocam de mil e seiscentas cilindradas roncava alto, seis mil rpm. Mantive a quarta marcha. Entrei pela melhor parte da curva e o Fiat vermelho ficou pra trás. Tangenciei, leve toque no freio, a traseira escorregando na medida  para eu apontar o Ka para a saída da última curva da seqüência. Saí tão rápido quanto entrei, acima do limite da curva. A descida a seguir era agradável e denunciava poucas irregularidades no piso. Cerca de vinte metros já nos separavam. Quinta marcha, 190km/h e o limitador de velocidade do Ka não entrou em ação. Ufa! 195, 200, 205km/h. Mais de 100 metros à frente do Punto, com motor de dezesseis válvulas sobrealimentado, que deveria andar mais.  Nova curva, dessa vez uma canhota. Tirei o pé, perdi alguns bons vinte quilômetros horários, vi que a curva poderia ter sido feita mais rápido antes de arriscar ralar um guard-rail. A reta à minha frente era longa, mais de 1km . O carro "adversário" tirou um pouco da diferença no meu erro, na reta o limitador do Ka dessa vez travou nos 190 e quase 400 metros antes da próxima curva  o T-Jet ultrapassou o audaz carrinho preto como um cavalo pampa ultrapassa um mangalarga marchador. O limitador de velocidade presente no módulo de injeção do Ford estava cumprindo o que prometia dessa vez. Sentia o corte da ignição e o carro, literalmente laçado, pedindo para andar mais.

As duas suspensões poderiam ser mais firmes, principalmente a traseira do popular. A curva a seguir era de quem tivesse a técnica mais apurada de direção e o menor juízo, talvez. Pista limpa até a saída da forte curva. Direita na reta pra tangenciar, quarta marcha, viro pra esquerda. Vi as luzes de freio do Punto se acendendo como holofotes à minha frente. Eu não. Meu pé direito foi embaixo no assoalho.Em declive, a frente do meu carro balançava, a traseira já ia bem solta. Entrei uns 20km/h mais rápido que o carro de ponteira dupla no escape, saí colado na sua traseira. 100 metros, nova curva que dessa vez apontava para a direita. Ele tangenciou e seu motor e quarta marcha também falaram alto. De quarta o T-Jet é macho. Saímos lado a lado, àquela velocidade qualquer erro ou incidente seria fatal. A próxima curva para a esquerda e eu na faixa de mesmo lado, era só manter-me junto do vermelhinho e entrar praticamente reto . Eu sabia que logo a quinta marcha dele seria inevitável e a queda na pressão de sua turbina só iria me trazer vantagens. A central do Fiat reduz a pressão de trabalho da turbina em última marcha para evitar quebras em viagens de longa duração e alta velocidade...

Saí da curva com um carro de vantagem em relação ao T-JET, a descida que se pronunciava era longa e criou a hora do "tudo ou nada". Dedos cruzados -tomara que a central do Ka entre em parafuso e não aplique o limitador de velocidade. Dito e feito. 200, 205... 210km/h. O Punto brevemente voltaria a ter a mesma imagem do inicio dessa disputa, quatro pontos luminosos com uma massa vermelha ao redor.

Senti que meus pneus tinham atingido uma temperatura extremamente alta de trabalho e já não grudavam como antes, tê-los forçado sempre acima do limite das curvas fora, de certa forma, um exagero. O jogo havia terminado, ao menos para mim e para os Potenza.

Dou por encerrado o confronto, elucidativo que foi. Pé no alto, 160km/h, deixando o carro tomar o ar dos vales mineiros.



O Punto vem lá de trás,  ultrapassa em velocidade final dando breve buzinada, reduz, entra à direita em uma curva de média velocidade e segue seu caminho. Agradeço mentalmente ao piloto de lá pelos momentos proporcionados.  



Os óculos corretivos Benetton dão lugar aos confortáveis escuros Armani. Um singelo sorriso aparece em meu rosto. Volto a dar ouvidos ao rádio do carro que reproduzia uma belíssima execução da Aria de Bach na corda Sol por Sergei Nakariakov.


ZRACEWAY

Mto legal seu relato cara! Você narra mto bem, me senti na historia!

Abracoss

Obrigado Rapha, agradeço muito pela atenção.

Alias, alem daqui ja tinha lido no Escort Clube =D

Pois é, eu postei no Escort Clube, no FHP e no CDR. Só o do FHP não foi apagado.

Gostei do relato.

Narração duca!

Kazim botando pra fudê!!!

Muito bacana mesmo.....seu maluco rsrsrs

Cara! que show!
Parabéns !

O Kazinho é macho mesmo, não faz feio !

Estou louco para chegar próximo dos 140 ~150 cv no meu carro, ainda aspirado .

Aí poderei brincar com carros ditos esportivos

Marcos Alpha, com 140 cv no motor do Ka você dá susto em carros muito maiores, com facilidade extrema BMW serie 3 e serie 1 de 4 cilindros, Marea 2.4 e até mesmo carros com 180cv, Civic Si e Marea Turbo se impressionarão com o desempenho do pequeno Ford, não significando porém que este último vá andar mais ou menos que os tais esportivos. Lembro de uns pegas que aconteciam na minha região natal, Tipo Sedicivalvule versus Tempra Turbo e o Tipo dava um sufoco danado no Tempra, chegando a sumir nas descidas onde o motor 16v não acabava tão cedo quando o do Tempra. O Ka vai andar mais que uns e menos que outros, tudo depende da situação em que estiver.

coisa de quem "sangue no zóio"!!

mto loko, parabéns!!!

ZRACEWAY escreveu:Pois é, eu postei no Escort Clube, no FHP e no CDR. Só o do FHP não foi apagado.

Conhecendo a digníssima administração do XR3 Clube (Ops, Escort Clube), já era de se esperar... Deve ter sido coisa do Sr. administrador que tem o "raríssimo-XR3-MK5-álcool-fodão-que-dá-ralo-até-em-Ferrari"...

Lamentável.

Mas enfim, belo relato. Nas retas, o T-Jet leva vantagem devido ao motor turbinado. Nas saídas de curva, demora um pouco para retomar a velocidade devido ao "turbo lag". Então, com a relação peso-potência parecida, entre-eixos menor e sem turbina, o Ka leva vantagem.

Abraços

Man On The Edge escreveu:

ZRACEWAY escreveu:Pois é, eu postei no Escort Clube, no FHP e no CDR. Só o do FHP não foi apagado.

Conhecendo a digníssima administração do XR3 Clube (Ops, Escort Clube), já era de se esperar... Deve ter sido coisa do Sr. administrador que tem o "raríssimo-XR3-MK5-álcool-fodão-que-dá-ralo-até-em-Ferrari"...

Lamentável.

Mas enfim, belo relato. Nas retas, o T-Jet leva vantagem devido ao motor turbinado. Nas saídas de curva, demora um pouco para retomar a velocidade devido ao "turbo lag". Então, com a relação peso-potência parecida, entre-eixos menor e sem turbina, o Ka leva vantagem.

Abraços

aiuhsiuAHIUSHUIaiehuiuise

Nem sei qm é esse cara q vc ta falando!

parabéns!!! fiquei me sentindo dentro da história.

queria muito um ford ka 1.6 st!!!

se eu tivesse no teu lugar meu coração tinha batido a mil por segundo.

curto muito um motor rocando com giro alto!!!

o 1.6 nao faz feio mesmo..

corola ja to acostumado a deixar comendo pueira...

hahaha...

coisa linda de se ver!!!

clap clap clap, muito bom!
ainda compro um Ka 1.6!

Show a narrativa, tb me senti na historia, mas na próxima vez desliga o ar condicionado do Ka que passa fácil aheuhuahuehuahuehu brincadeiraa, ainda compro um Ka 1.6, mas o Punto T-Jet é "brinquedão" tb em...

Hehehe o ar ligado deixa o ka 1.6 parecendo um ka 1.3 rss.

Ótima leitura... Parabéns pela aventura, e por honrar a reputação do Ka.

Muito bacana sua história! Relatos como esse que me estigaram a trocar meu 1.0 pelo 1.6...

Parabéns, tocou muito o "carrinho"!

Muito boa sua narração, parabens.
Kazinho mostrando que tamanho nao é documento

Parece jornalista!fico muito bom a matéria ops a historia!!!parabéns e laço nesse rocam q ele guenta hehehe!

Sensacional!! Quem tem 1.6 e já fez similar garanto que ficou se batendo na cadeira a cada curva!! heheeheh

Até hoje, desde o meu primeiro ka 1.6 (modelo 2004 em 2006), nunca tomei pau de carro popular ou médio! Tem que ser indio véio macanudo pra buscar um ka 1.6 com pé embaixo!! os fregueses mais indignados costumam ser o novo astra 2.0 que demora pra perceber que ta morto! heheheeh

Parabéns pelo relato!!

verdade, meu primeiro fregues quando tirei meu carro da agencia foi um astra novo 2.0 flex....o cara ate parou pra perguntar se eu havia mexido no motor....fora esses civics e corolas, todos fregueses....

showwwww de bola, curti demais cara!
parabéns pelas palavras!

Nossa.. muito boa a narraçao.. me senti acelerando no meu Kascao...
Adoreeiii

Puta que o pariu!

Me senti no pega ;]
Narração foi perfeita ;]

Blz, mandou bem, gostei da história muito bem narrado.