Novo Ka é exemplo de sucesso do design brasileiro

Mais um grande feito do design nacional. Projetado por profissionais brasileiros, o novo Ford Ka acertou em cheio em seu novo formato - é o que se percebe pela reação dos curiosos na rua. O compacto abandonou seu antigo formato de bolha para incorporar linhas modernas e atraentes

O resultado do trabalho de mais de três anos deve resultar no que a Ford tanto espera: um hatch de entrada bem-sucedido que lhe dê participação de mercado, além da recuperação da antiga fábrica de São Bernardo do Campo(SP), que tem uma produção muito abaixo de sua capacidade.

Com base na estratégia de criar seus produtos voltados para o Mercosul em um centro de desenvolvimento no Brasil, a Ford trilha um novo caminho de crescimento de vendas, ao contrário da matriz nos Estados Unidos, que passa por dificuldades financeiras. O EcoSport é outra prova de que os designers brasileiros cada vez mais acertam no gosto do consumidor. A reestilização do utilitário, de concepção também brasileira, deu um novo alento ao modelo - de 3 mil unidades mensais, já vende quase 6 mil. O Fiesta também faz sucesso baseado na mesma fórmula.

Além da Ford, a GM e Volkswagen também têm histórias de sucesso com os profissionais brasileiros, que se destacam em suas corporações. Criado aqui, o pequeno sedã Prisma vende 5 mil unidades por mês e, quase depois de um ano de lançamento, ainda tem filas de espera que chegam a durar dois meses.

O compacto Fox, da VW, é outro projeto brasileiro bem-sucedido, que surpreendeu até os consumidores da matriz da montadora, na Alemanha. A Volks é uma das pioneiras no desenvolvimento local, ao fazer aqui a Brasília nos anos 70. O carro é um dos ícones da indústria brasileira e até hoje ainda roda pelo País.

O novo Ka foi apresentado na sexta-feira na fábrica do ABC paulista sob um clima de muita emoção. A primeira exibição do modelo ocorreu na linha de montagem, paralisada para receber metalúrgicos e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de outras autoridades e sindicalistas. "Esse carro vai ser um sucesso", exaltou o presidente Lula, esperançoso de que as vendas do modelo resultem em novas vagas. "Não se assustem se a Ford abrir o segundo turno de trabalho."

Descontado o tom otimista do presidente-metalúrgico que começou sua trajetória política no movimento sindical da região do ABC, o novo Ka tem tudo para trilhar uma nova rota de sucesso entre os ditos carros populares - um desafio para a Ford. Antes da reestilização, o Ka tinha uma avaliação positiva de seus consumidores, mas não ampliava suas vendas em razão de seu desenho, digamos, agressivo, que não agradava a maior parte do público que compra carro pequeno. Sua capacidade para quatro pessoas também era um item que pesava, já que concorrentes tradicionais, caso do Celta (GM), transportam cinco pessoas.

Construído sob a mesma plataforma, só que mais alongada, o novo Ka resolveu vários problemas sem deixar de lado as suas virtudes. Agora leva cinco pessoas, com nova concepção interna e externa, além de ter um bom desempenho do conjunto motor, câmbio e suspensão. Mesmo com cinco pessoas, o carro tem uma aceleração surpreendente, tanto na estrada como na cidade.

O motor rocam flex equipa as duas versões. A 1.0 desenvolve a potência de 70 cv com gasolina e 73 cv com álcool. O motor 1.6 L tem potência de 102 cv com gasolina e 110 cv com álcool. Em ambos os motores, o torque é bastante acentuado, mesmo em baixas rotações. Na versão mil, o preço do Ka varia de R$ 25,1 mil a R$ 31 mil. Na 1.6, varia de R$ 31,8 mil a R$ 36,9 mil. O carro chega às concessionárias no final de janeiro ou início de fevereiro.

Apenas uma coisa ainda não está bem clara em relação ao novo Ka. Durante a apresentação do veículo, a equipe de marketing da Ford informou que o carro vai ficar só na versão duas portas, onde pretende disputar vendas com o Pálio e o Gol, da mesma categoria. Muita gente desconfia desta informação, achando que a Ford vai apresentar a versão quatro portas, em meados do ano que vem.

De acordo com pesquisa da Ford, o segmento de veículos compactos de entrada representa 28% do total da indústria. O subsegmento de veículos de três portas - a tampa do porta-malas é contada como porta - responde por 40% desse total, ou seja, 26 mil unidades por mês. A montadora pretende concentrar as vendas em um público diverso, distribuído igualmente entre homens e mulheres, jovens e adultos, solteiros e casados.

Este perfil de cliente valoriza o design, a durabilidade, a economia de combustível e, principalmente o preço. O carro precisa "caber no bolso" do consumidor, por isso 75% de suas vendas são financiadas.

Fonte: http://forum.cifraclub.terra.com.br/forum/11/177178/