Retrospectiva 2008: quem se deu bem

“Nunca na história deste país”, como diria o presidente Lula, viu-se tantos carros novos e novos carros nas ruas. Foram hatches, sedãs, cupês, crossovers, SUVs e até um superesportivo de R$ 4 milhões que fizeram a equipe do Carro Online se desdobrar entre aeroportos e estradas para levar a você todas as novidades da indústria nacional e internacional em 2008 – só para ter uma idéia, entre agosto, setembro e outubro, estivemos presentes em 20 eventos, uma média de um lançamento a cada 4,6 dias.

Mas qual foi o balanço disso tudo? Quais novidades se deram bem e quais se deram mal no cada vez mais concorrido mercado nacional? Qual foi o efeito da crise sobre as fábricas? Vamos analisar os resultados dos últimos meses e ver quais modelos entre os principais lançamentos do ano estão fazendo os executivos rirem à toa e quais estão provocando cada vez mais reuniões em suas montadoras. Os dados são da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) e os carros estão dispostos de acordo com a ordem cronológica de estréia.

Nesta sexta-feira (26) mostraremos os mais bem-sucedidos do ano, e na segunda-feira (29) traremos os modelos que ainda estão patinando e os que estão fazendo os executivos de suas marcas pensarem em pular ondinhas para ver se a coisa vai em 2009.

Ford Ka: o Ka foi o primeiro lançamento de 2008 (apresentado no final de 2007, ele chegou às concessionárias no início deste ano) e estreou fazendo barulho. Num segmento carente de novidades – e no qual isso vale muito –, o compacto da Ford elevou as vendas do modelo de 2 201 unidades em dezembro de 2007 para um pico de 7 133 exemplares em julho de 2008, poucos meses depois que a Ford conseguiu fazer com que a produção atendesse a crescente demanda e diminuísse as filas de espera de mais de três meses.

Honda CR-V: quando passou a ser importado do México – antes, o crossover vinha do Japão –, o CR-V praticamente agregou um novo modelo ao portfólio da Honda no Brasil, já que, antes da mudança de origem, o carro feito sobre a plataforma do Civic vendia menos de 200 unidades mensais e passou a bater na casa dos 1 000 veículos/mês graças à queda de seu preço. Um número inferior ao do Tucson, modelo com o qual rivaliza, mas ainda assim suficiente para alegrar os executivos da marca japonesa no país.

Toyota Corolla: há duas formas de analisar a trajetória do novo Corolla: os mais pessimistas dirão que ele não cumpriu a missão de reassumir a liderança entre os sedãs médios, cada vez mais consolidada pelo fenômeno Honda Civic, que, mesmo na crise, vende mais de 6 000 unidades ao mês. Os otimistas, porém, verão que sair de cerca de 2 000 carros/mês para ultrapassar a barreira dos 4 000 não é mau. E é certamente neste segundo grupo que a Toyota está.

Citroën Grand C4 Picasso: ela chegou para conquistar famílias. E, para isso, “jogou baixo”: veio com ar-condicionado de quatro zonas, teto panorâmico e espaço para levar a sogra, os cachorros e até o vizinho. Embora não tenha atingido a inflada previsão de 500 unidades mensais previstas por Sérgio Habib, então presidente da Citroën no lançamento da Grand C4 Picasso, dá para dizer que o monovolume (a definição é da própria marca, que prefere chamar de minivan a Xsara Picasso) não fez feio ao conquistar uma média de 350 compradores por mês.

Fiat Palio Weekend: a reestilização fez bem para a Weekend. Mas melhor ainda foi a evolução da versão aventureira, que ganhou o sobrenome Locker, uma referência ao sistema eletrônico de bloqueio do diferencial (ELD, ou Electronic Locker Differential), ficou mais “invocada” e com isso fisgou alguns compradores de EcoSport. O resultado: as vendas pularam de aproximadamente 1 500 unidades mensais para mais de 3 000 carros, levando o modelo da Fiat a assumir a liderança do segmento.

Peugeot 207: mostrar a evolução das vendas do hatch da Peugeot depois da reestilização é um tapa com luva de pelica nos críticos. Um dos carros mais polêmicos do ano, o 207 nacional foi chamado de “206,5” pelos detratores, mas não deixa os críticos terem razão quando quem argumenta tem números em mãos. Enquanto o 206 emplacava mais de 4 000 modelos a cada 30 dias em períodos de fartura, o renovado “francesinho” teve 3 745 unidades comercializadas em outubro, enquanto o 206, ainda em produção e vendido apenas na versão 1.4 de entrada, vendeu 787 exemplares naquele período. Se contabilizarmos a retração do mercado nesta época, mês no qual o 207 engrenou, sem dúvida teremos um balanço positivo.

Volkswagen Gol: tente explicar por que o Gol é o líder do mercado nacional há mais de 20 anos e você arrumará uma bela discussão com outros aficionados por carro. Até o lançamento da atual geração, era consenso que o hatch da Volkswagen estava bem atrasado em relação aos rivais. Mesmo assim, mantinha-se firme na liderança. Com a chegada da nova geração, manter a posição ficou mais fácil ainda. No primeiro mês, ele pulou do recorde anterior de 25 912 unidades, conquistado em abril, para 31 081 modelos. Depois, mesmo com a crise, caiu para a casa dos 20 000, mas os rivais mais próximos penam para passar dos 10 000. Sim, salvo grande reviravolta do mercado, a hegemonia continuará em 2009.

Fiat Strada: se o ar de novidade fez bem para a Palio Weekend, não foi surpresa que causasse o mesmo efeito na Strada. Líder mesmo antes de mudar, a picape pulou da boa média de 5 500 unidades mensais para um pico de 7 021 carros em setembro e 7 297 em outubro, mês em que o mercado já sentia os efeitos da crise financeira.

Chevrolet Captiva: o ano não foi feio de boas notícias para o grupo General Motors. A filial brasileira, porém, pôde contabilizar algumas vitórias para comemorar na festa de final de ano. A maior delas, sem dúvida, foi o sucesso imediato do Captiva, que chegou ao mercado justamente quando os bancos começavam a quebrar mundo afora e afetar o crédito até no Brasil. Mas isso não foi empecilho para que o modelo que parte de R$ 92 990 ultrapassasse a barreira das 1 000 unidades por mês e chegasse a 1 502 carros em novembro, ótimo número para um veículo com esse preço.

Fiat Mille: se discutir o sucesso do Gol já pode causar uma bela polêmica, defender o Mille, em certos casos, abala até amizades. Isso porque a turma do pró aposta na robustez, valor de revenda alto e baixo consumo de combustível para colocar o modelo no topo, enquanto os do contra simplesmente se negam a dar trela a um projeto de 1984. Sem julgar quem está com a razão, vamos aos números: depois de mudar, no final de agosto, o Mille saltou de 11 518 unidades em agosto para 14 000 em setembro, 12 887 em outubro (crise contabilizada) e 9 931 em novembro, mês em que passou o Palio e passou a ser o 2º carro mais vendido do Brasil. Atrás de quem? Isso mesmo, do inabalável líder Gol.

Volkswagen Voyage: o Voyage estacionou para a festança da venda de carros novos no Brasil bem na hora em que a crise financeira internacional tirou a vitrola da tomada. Foi lançado em 26 de setembro, 11 dias depois do Lehman Brothers, 4º maior banco de investimentos dos Estados Unidos, quebrar e levar o mundo inteiro junto nos meses seguintes. Patinou com 1 566 unidades em outubro, número muito longe das 7 500 estimadas. Em novembro, já com propagandas no ar, convenceu 2 503 compradores, mas foi na primeira quinzena de dezembro que ele mostrou sua força: 2 282 carros em apenas 15 dias, apenas 373 a menos que o líder Fiat Siena no período (o Corsa Sedan engloba também as unidades vendidas do Classic, por isso não pode ser considerado 1º colocado). Vem briga boa pela liderança aí em 2009.

Não perca na segunda-feira (29) nosso balanço com os modelos que podem emplacar, devem emplacar e com os que já estão na incubadora para enfrentar esse concorrido mundo de crise e pátios lotados.


Gerson Campos

Imagens Pedro Bicudo/divulgação

Fonte: http://carroonline.terra.com.br//index.asp?codc=2351#

EDIT: TAMANHO DA IMAGEM ESTAVA PREJUDICANDO PORTAL DO FÓRUM.

e dá-lhe kazinho!!!!!!!!

uhul dale Kazão.... pra destacarno mercado e fazer a diferença.

Uma coisa que notei e achei estranho, cadê o Sandero, nessa lista??????? que chegou a 8º em vendas e despencou meses depois????

http://www.carplace.com.br/sandero-e-logan-fazem-renault-registrar-novo-recorde-de-vendas-em-setembro/

Acho ridiculo o sandero :/